terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A prisão dos sentimentos

A doce e misteriosa criatura que um dia percorreu caminhos travessos
Numa muralha de impostura onde se empareda e se esconde
Leva a que se refugie em si mesma e não se reconheça
Dando a si própria a falsa sensação de controlo sobre o que a rodeia
Que no fundo é nada a não ser pedra fria e impessoal.

Mas para cada muralha que isola de si isola os outros
Fechando-se ao exterior mas fechando o exterior
Tornando sós as almas errantes na Natureza selvagem
Ansiando por alimento que existe só e apenas
Do outro lado do lado fechado.

Errantes vão descendo ao Inferno de Dante
À vil existência pueril da birra e teimosia
De querer o brinquedo só para si mesmo que já o não queira
Só porque já foi seu e não se partilha
Nem tam pouco já se consegue nutrir desejo.

Mas a mente humana é pobre
A doce juvenilidade da possessão que esconde os olhos
Que leva ao doce isolamento do romantismo bacoco
De ver o mundo a duas dimensões unívocas
É uma loucura que obriga a ser partilhada por quem o não deseja.

Corre-se por sobre a muralha que não acaba mais
Subidas e degraus infindáveis de sofridão e suor de língua acalentado
Tropeços e levantos intermináveis de escoriações mentais
Para que miserável alma muralhada escondida
Que a todos corre em corropio mundano de existência localizada.

O romantismo morreu no dia em que nasceu
Ele em si não existe, é uma miragem, um mito
Algo que não existe mas que precisou de ser nomeado para dar nome
Às muralhas erigidas e levantadas por maus capitães
Que levaram as suas naus e homens ao fundo.

Na superior existência somos todos livres de maus capitães
Um sítio onde se salta por cima desse posto de energúmenos
Que não reconhecem a justiça dos seus marinheiros
Mesmo que estes sejam seus superiores em comando
Preferindo a rebelião levada ao motim do coração!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Viagens pelo mundo dos vivos e da morte

Nas viagens pelo mundo, deu de caras com um anjo.
Olhou-o, cheirou-o, visualizou-o, e viajou de novo…
Não era tempo do tempo se encontrar antes de tempo.
Foi flutuando…
Foi-se mostrando…
Foi enfeitiçando enquanto se enfeitiçava…
Bebeu a própria poção que preparou e enfeitiçado ficou…
O feitiço da lua noite branca
Deixou que a alma se sentasse à espera
Do momento que estava para vir…
Criou-o com as suas mãos
Cavou fundo nas costas da areia rochosa
Com unhas em sangue lavadas olhadas
O horizonte ora desperto ora morto
Enquanto esperava pela brisa que estava para vir…
E não vinha!
Sentado no pedrão negro
Via as silhuetas ao longe chamando
Escudado nos vidros escuros permaneceu imóvel
Fazendo de conta, pretendendo ser outro
Ser aquele que de facto não é e nunca será
Aquele que é forte na fraqueza dos outros.

Duas gaivotas, então, se encontraram
E partilharam carícias animais
Pactuando em pacto aparte
O que de facto era junto
Até que seus bicos agarraram o mesmo peixe
Consumando a alimentação desejada…
Mas a força da fêmea é pouca
Largou a sardinha…
Queria salmão a pobrezinha!...
E deixou-se roubar a criaturinha!...
Ou não?!...

Outro dia, outro desencontro
Outra viagem, outra amaragem
Outros sons, outros confortos
Até ao máximo alado da noite ofuscado
Após o manjar repastado tardiamente esbanjado
Para 30 dias de solidão da noite invernia
Em tempo de estio.
A volta da maré pouco trouxe de diferente
Um pouco até de menos
A distante sereia que chamava
Rugia não cantava
Abanava não aliciava
Criava tensão não acalmava…
Mas o vermelho diabo assustado
Bem tentava aquecer o inferno da fornalha.
Oportunidades criadas
Momentos desperdiçados
Propícios desejos desejados e encontrados
Mas descartados pelas presenças das sombras.
Sombrios pensamentos de certezas
Certo que é certo do que certo é
A luxúria da bidimensionalidade escondida
Nos aconchegos frágeis e ténues
Procurados escondidos mas vistos pelo gato
Que não consegue esconder o rabo…
Ou intencionais para afastar ou achegar…
O triângulo adensa-se…

Muito amor condensado
Entre dois iguais amansados
Em mentiras brancas escudados
Não se abrem as portas da abertura
Consolidando a necessidade da mentira
Para sempre e todo o sempre.

Deve ter sido um mar de prazer
Uma consumição danada
Pelo chão de rojo arranjada
Uma consumação atada
De domínio avassalador
De mulher em mulher
Macho fêmea no mesmo
Por onde anda a partilha da dialéctica humana?

Foi-se… partiu… só… desejo…
Clama… chama… aspira…
Nega… suspira… solta… amaina…
Até que… um alto escuro momento
Uma nuvem se abre e o raio de sol aparece
A gaivota levanta o bico
Canta no seu piar sem jeito e voa
Voa de encontro ao sol que a queima
Mas o calor é bom, belo, sedutor
Vale a pena morrer neste sol…

E morreu!
No dia 2, após o dia um que o foi de facto
Real e met(af)eórico
Uma viagem num mundo de bis
Esqueceu-se que o sol queima a quem aqueceu
E a gaivota caiu
Caiu do alto mas não morreu!
Desmembrou, hemorrajou
Inertou meses vendo aquele sol que a mantinha viva
A alimentava enquanto se definha
Até que a morte a levou para cima
E viu que outras gaivotas voavam naquele voo astral…
Tantas gaivotas
Uma e outra… e mais outra ainda!
Asas tocavam em si
Grasnando por ela
Assumindo-a subir mais
A juntar-se ao nós formado pelo todo
Daqueles que foram já um com o seu par
E o perderam porque foram matados
Ensanguentados
Partidos
Abandonados
E que no fim foram encontrados.

Bendita a morte desta gaivota que a trouxe de volta à vida
Bendito o assassino que trouxe esta vida de volta
Bendita a submissão que dá em fartura de sentimento
Benditos aqueles que julgam superior vontade
Mas que no fim se encontram sempre no escuro
Miserável escuro que puxa para baixo
Por muito que procureis sereis sempre
Miseráveis e tristes
Aspirando pelo que não têm
Sonhando com o que gostavam de ter
Expiando pseudo-dores próprias
Negadas na existência solitária de uma miséria
Que se auto-comisera e se alimenta em si mesma.

Sede triste e só
Sede homem num corpo fútil
Sede mulher numa hábil luta
Enganai quem se deixa enganar
Porque a cada momento
A cada troca
Ganha quem ganha, perde quem dá
Porque não recebe, só cobra
E no fim
Nada se tem para dar em troca.

Pobre gaivota que mata
Porque mata-se a si mesma
Enquanto a que morre
Renasce das cinzas mais forte
E junto de outras gaivotas
Esplendorosas
Belas
Esbeltas
De novos bicos que esquecem os outros bicos!

Que lindo bico que foi!...
Um bicudo bicar de salto lançado
Aterrado no queixo próprio
Quase sendo alimentar manjado!
A hora fora longa
A fome demasiadamente adiada
Supreendeu-se a sim mesma
Com aquilo para que fora criada.

Agora a gaivota sabe que pode
Não importa o quê nem como
Simplesmente sabe que sim, que f…

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Crispação

Ontem perdi-me em ti
Hoje encontro-me aqui
Amanhã perder-me-ei em mim
Sonhando com o que encontrarei.

Foi pesadelo do qual acordei
Sonho infeliz de roupagens belas
Chorei de alegrias amadas
Pintei de palavras amargas telas
Onde no fundo me perdi.

O dia é negro
Qual tal minha alma
Nunca o deveria ter deixado de ser
Deixar inundar-me de calma.

Vivo no tormento
Abracei sempre as agitadas águas
Doce e ternurento complemento
Do doce sabor a fel das mágoas.

Nunca deveria ter sido
Presença que altera o espírito
Nuvem de pó ácido corrosivo
Alegria... aquele mito.

Hoje regresso às origens
Monto meu alazão negro branco
Cavalgarei de encontro ao destino
Onde me encontrarei descalço
Frente a frente com ele
Meu irmão gémeo de tacto
Que anseia pela minha rendição
E amaldiçoe aquele que É de facto.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Descoberta e consciência repentina

Mas quem te abanou os teus alicerces?

Um anjo
Um anjo negro
O lado negro do arcanjo que sou
Alguém que tocou as minhas asas e as molhou
Não me deixando voar por causa das penas molhadas...

Continua…

Humm!...
Mas o anjo negro voa na noite do pensamento
Escondido dizendo que procura a luz
Que anseia pela liberdade vespertina
E eu retorno ao breu existencial
Ao fundo de uma alma apaziguada pelos anos.


Num fugaz momento do tempo
Encontrámo-nos na passagem
E descobrimo-nos mas ambos em sentidos diferentes
O problema é que o vôo não diverge
Simplesmente parece que sim
E o que o molhou não foi água
Foi sal de lágrimas
Das suas lágrimas
Que tombam para trás pela força do movimento alado
De quem esvoaça em meu redor!


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Sofro em recuo

Esmoreces em mim...
Matas um sentimento belo...
Saudade das horas negras da noite que aconchegavas...
Emudeço ante mim a noite da indiferença...
Foge-me o sorriso na substituição de um resignar dos lábios...
Já não corro, ando...
Já não ando, arrasto...
Já não arrasto, cambaleio...
Já não cambaleio, paro...
Estou parado, recuo...
Enquanto recuo, esqueço...
Esqueço o que já não é...
O que já não é já o foi enquanto passo por ele...
Aceno-lhe enquanto sorri...
Sorri porque não sabe que vai recuar...
Estendo a mão para que me sinta...
Não me sente nesta curta distância...
Sou fantasma de mim próprio...
Vejo-me etéreo enquanto o sol do verão dá lugar à sombra do inverno
Neste recuo temporal...
Até ao dia em que fui desconhecido...
A saliva esgota-se-me na garganta...
É tempo de dizer ao tempo que está no tempo de dizer adeus ao tempo...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Um oito torcido

Um mar de gente revolta
Encima um alazão parado
Cóleras expiram de suas narinas
Relinchos pelo bem amado
De entre aqueles que sofrem
As atrozes tiranias do Estado.

Marcham silenciando a dor
Por colinas que de tão largas
Estreitam ante a torrente
De lava humana que sobe
Pela chaminé do vulcão que lavra
As encostas de uma nação.

Reescrevem a história
Cunhando-a de pessoal
Fazem parte dum ponto final
Numa frase reticenciada
De ideias por acabar
Numa vida sentenciada.

Final amargo
Vitória almejada
Certeza encontrada e reiterada
Perdida na falsa palavra
Um breve relance de optimismo
Uma alegria momentânea
Uma adaga que crava
O coração de um sonhador.

Até onde perenerão os infiéis
Que afundam a nau Lusitana?
Até quando mantê-los cruéis
Que assassinam a puritana
Educação Flausiana?

sábado, 1 de novembro de 2008

Crónica de um último suspiro

Tenho de acordar
A burocracia clama
O soldado de papel
Perdeu a sua alma
Nas chamas da tinta
Acabou-se a sua chama.

Olhos cavados
Ausentes de vida
Passos que foram sagrados
Agora comem-no vivo
Pelos trilhos andados
Sombras a pedido.

"Sim Senhor"
Grita a voz mortiça
"É para já"
Diz em surdina
"Porque não?..."
Silencia a sina.

"Aqui estão"
Anuncia a solidão
"O que não consigo fazer"
Assume com resignação
"Mas tem de ser"
Confirma a direcção.

Abandona(-se) e cai
Ombros ao lado
Afunda-se na cadeira
Está desolado
Não consegue
Está isolado.

A esperança é a última fronteira
Onde todos pretendem ir
Mas todos esperam a intrepidez
De quem ousa fugir
Da marasma estupidez
Para colher os ventos do devir.

"Faz assim"
Anunciação divina
"Não te preocupes"
Mantém a sua sisma
"Alinha que é tudo manso"
Eleva a submissão
"Mantém-te tanso"
Aconselha a vizinha.

E os cães vão ladrando
Enquanto a caravana passa
É o cheiro putrefacto
De quem já morreu
Mas pensa que está vivo de facto.

domingo, 26 de outubro de 2008

Sonho ou acordar de um pesadelo

Sonhei que sonhava
Acordei do sonho que sonhava
Para adormecer acordado
E ver que dormia sonhando acordado.

Negro o sol que envolve
Na argúcia da dicotomia angélica
Ombro com ombro degladiando pela minha alma
Que se afoga e esvai no sofrer que está para vir.
É melhor responde o sonho
Que assim o futuro se mantenha
Não sofras pelo que não tens
Nem sonhes com o que te alcança.

Flutuo de encontro a mim
Àquela voz que me chama
Aquela que diz
Não entregues a tua chama
Porque de usado basta humilhado
O fruto do que queriam jaz na sua cama.

Vozes distantes ecoam
Homos no feminino surdinam a alma
Pares díspares na desilusão
Pela segurança anseiam da partilha
Por serem Homos a ilusão
De que assim a felicidade alcançarão.

Já vi quem sois
Já observei tantos que são dois
Desperdícios humanos da vida
Parelhas de Vacas não de Bois
Insanidade plural da sede em séde
No receio do anseio que se nega
Ou terá sido um engano atroz?

Estou em paz no meu ódio pacífico
Estou em guerra no meu amor perdido
Estou soldado fundido
Neste poço fundo incompreendido
De não se saber sabendo
Que se pensa que se sabe
Mas no fundo se duvida!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Escura a noite!

O mundo está escuro
Cobre o espaço
Almas escuras
Dentro deste pedaço

Andamos à deriva
Sem poder olhar
Chocamos na rua
Queremos sonhar

Mas o sonho é breve
Choca ali
A parede é tua
Não m’encontro a mim

Abriste a porta
Deixaste-me entrar
Arrombei a sorte
Estou a chorar

Perdidas em mim
Lágrimas caem
Não se soltam
Não seguem viagem

Sonho acordado
Com o que não tenho
Persigo o fado
Que ainda mantenho

Quero crescer
Ser o que não sou
Encontrar-me belo
Encontrar onde estou

A bruma adensa
O nevoeiro brilha
Na noite escura
Finalmente se avizinha

Mas o sonho é breve
Choca ali
A parede é tua
Não m’encontro a mim

Preciso continuar a procurar… (termina)

Imprison

Imprison in my (own) prison
I look at the sky
And all I can see
Is the clouded eyes

The stars are no more
The light of time
Things were lost
Never get behind

Even if you turn
Back to the place
Nothing is the same
You left once in time

Imprison in my (own) prison
I look at the sky
And all I can see
Is the clouded eyes

Friends are forever
Stories lived not to be told
Secrets of the gathering
Is not to be unfold

Now everything is lost
Even if we can find
The gates to the track
Trails of the mind

Imprison in my (own) prison
I look at the sky
And all I can see
Is the clouded eyes

Goodbye

There comes a time
When all say goodbye
There comes a time
When lovers can’t disguise

Love is a battle field
No one will ever win
And all they ever get
Is pain… is pain… all is paiiiiiiinnnnnn!

The moments where so beautiful
Yet they were so doubtful
Now we look back
And find it was a lost time

Hands on hand
Lips in lips
Bonded together
Unable to fulfil
The dream could come true
But real comes in
Gods make it through
Nothing to believe in

Love is a battle field
No one will ever win
And all they ever get
Is pain… is pain… all is paiiiiiiinnnnnn!

Now everything is quiet
Soul is tamed
Body is appeased
Eyes don’t shut
‘cause they froze the image
Of the love lost

Thoughts of love
Thoughts of family
Thoughts of an unborn child
Thoughts of a light

Love is a battle field
No one will ever win
And all they ever get
Is pain… is pain… all is paiiiiiiinnnnnn!

Uhuuuuuuun…. Uhuuuuuuuun… uhuuuuuuuuuuun … uhuuuuu aaaaaaaaahaaaaaaa
uhuuuuu aaaaaaaaahaaaaaaa… (3 times)

Ser Poeta (To be a poet)

P - Possibilidade (de)
O - Omissão (da)
E - Existência
T - Transcendental (do)
A - Amor

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Who's to blame

Who’s to blame when no one feels the shame?
What’s the game when no one feels the pain?
Where does everybody go when no one knows?
Where to hide the face when you fall in disgrace?

Matrices rough and hard
Lie on the floor
As you soar at contact
By the open door
Pushed forward by the hand
Of the undecided.

Who’s to blame when no one feels the shame?
What’s the game when no one feels the pain?
Where does everybody go when no one knows?
Where to hide the face when you fall in disgrace?

Clouds makes you fly soft
Winding your hair to the stars
A sudden turn in the sun
And you burn your eyes
And loose sight of it all
Wondering about all lies.

Who’s to blame when no one feels the shame?
What’s the game when no one feels the pain?
Where does everybody go when no one knows?
Where to hide the face when you fall in disgrace?

Your landing is hard
You still not in yourself
All your feathers ripped apart
Rotten clothes for warmth
Of body and soul.

Who’s to blame when no one feels the shame?
What’s the game when no one feels the pain?
Where does everybody go when no one knows?
Where to hide the face when you fall in disgrace?

As the dream come to an end
And the nightmare begins
You awake in a sudden move
And realise you were never alive!...

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Inner fight

Gipsy nights
Wet dreams
Liquor fight
Brawl in the sand
Yes, I’d like to fight!

“This piece of land is mine”
The man says
“Mine, just mine!” he shouts
And the crowd waits in expectation
For the developments.

Everything is quit now
The thin breeze whispers slowly
As the night becomes day
Engulfing the dark
As it cleans the sky.

Awareness

The ocean
Green blue water
Cradle of life
And all that is!

We awake one morning
You in there
Me in here
Both scared
For what is near

Truth?... Lies?...


What do they mean?!

In the womb we meet

Soft… tender… cosy

Why are we lazy?

Awake! The time as come

Whisper! The time is done

Oh my! We’re gone!

Hopes and dreams II act

Hope is the last resort
Of a desperate man
As he desperately fight
To get out of the hole
He created for himself

Lost opportunities
Lost caves of solitude
Where he was happy all alone
The shadows of the fire
Crypts through the air
That sound, that light
That kind of night
Awakes him to life
And he finds that

Hope is the last resort
Of a desperate man
As he desperately fight
To get out of the hole
He created for himself

He crawls out into the moon
Trees embrace him gently
The thin breeze cuddles his face
He is alive he realize
Now he cries out
Open his mouth but no sound is made
As he realizes that
There’s no time to go back
And he hopes, and

Hope is the last resort
Of a desperate man
As he desperately fight
To get out of the hole
He created for himself

Hopes and dreams I act

A moment in time
Hopes and dreams come
For you and me
In the pleasured numb

Standing on my own
Thinking of all surrounding systems
Moments stand still
As I count the numbers
Of those who succeed
Mumbling whispered words
For the lost thoughts I had

A moment in time
Hopes and dreams come
For you and me
In the pleasured numb

I open my eyes
I’m still here with you
Nothing has changed
We still do the same screams
The same desperate times
Heading me to the end in

A moment in time
Hopes and dreams come
For you and me
In the pleasured numb

terça-feira, 19 de agosto de 2008

As mulheres

Mulheres
Martinho da Vila


"Já tive mulheres
De todas as cores
De várias idades
De muitos amores
Com umas até
Certo tempo fiquei
Prá outras apenas
Um pouco me dei...
Já tive mulheres
Do tipo atrevida
Do tipo acanhada
Do tipo vivida
Casada carente
Solteira feliz
Já tive donzela
E até meretriz...
Mulheres cabeça
E desequilibradas
Mulheres confusas
De guerra e de paz
Mas nenhuma delas
Me fez tão feliz
Como você me faz...
Procurei
Em todas as mulheres
A felicidade
Mas eu não encontrei
E fiquei na saudade
Foi começando bem
Mas tudo teve um fim...
Você é
O sol da minha vida
A minha vontade
Você não é mentira
Você é verdade
É tudo o que um dia
Eu sonhei prá mim...
Já tive mulheres
De todas as cores
De várias idades
De muitos amores
Com umas até
Certo tempo fiquei
Prá outras apenas
Um pouco me dei...
Já tive mulheres
Do tipo atrevida
Do tipo acanhada
Do tipo vivida
Casada carente
Solteira feliz
Já tive donzela
E até meretriz...
Mulheres cabeça
E desequilibradas
Mulheres confusas
De guerra e de paz
Mas nenhuma delas
Me fez tão feliz
Como você me faz...
Procurei
Em todas as mulheres
A felicidade
Mas eu não encontrei
E fiquei na saudade
Foi começando bem
Mas tudo teve um fim...
Você é
O sol da minha vida
A minha vontade
Você não é mentira
Você é verdade
É tudo o que um dia
Eu sonhei prá mim...
Procurei
Em todas as mulheres
A felicidade
Mas eu não encontrei
E fiquei na saudade
Foi começando bem
Mas tudo teve um fim...
Você é
O sol da minha vida
A minha vontade
Você não é mentira
Você é verdade
É tudo o que um dia
Eu sonhei prá mim..."

domingo, 17 de agosto de 2008

The rowing man

Misty skies
Lives that are lies
Smiles that disguise
The pain we all fell inside.

The boat is coming
The rowing man sings
Words of encouragement
As he approaches
The terminal point.

Time stand still
Slow motion frames
Passes by like a bad picture
And the rowing man sings
Lives are not lies
Smiles don’t disguise
The pain we all feel inside
Through this misty skies.

Time is not yet ours
Another tour is being made
The rowing man don’t get tired
Eternity is his measurement
And he’ll return
But not now

Truth is life
Pain is no longer inside
Life is to be lived without lies
There’s no longer misty skies!

sábado, 16 de agosto de 2008

Está escura a noite

Está escura a noite
Que me rodeia a alma
Não vejo o caminho
Onde trilha a calma

Eu…
Eu já não sei
De onde tu és…
Quem és…
Porque és…
Mulher! Mulher! Mulheeeeer!

Desiludo-me
A ti e a mim
Porque sou jovem
Como o jasmim

Não tenho o viço
Dos anos pequenos
Não sou noviço
Mas sinto o apego

Eu…
Eu já não sei
De onde tu és…
Quem és…
Porque és…
Mulher! Mulher! Mulheeeeer!

O nó que me amarra
Já faz tempo não tinha
Amarrei-o eu
Esperando seres minha

Mas onde navegas
Meu barco encalha
As areias são rasas
A quilha atrapalha

Eu…
Eu já não sei
De onde tu és…
Quem és…
Porque és…
Mulher! Mulher! Mulheeeeer!

O meu capitão
Ouvido à sineta
Empurra na escuridão
Olha’mpulheta


Cego na noite
No dealbar da vida
Perdido no dia
Do qu'olvida

Eu…
Eu já não sei
De onde tu és…
Quem és…
Porque és…
Mulher! Mulher! Mulheeeeer!

Agora encalhado
Por voluntário sido
Tem de navegar
Neste barco rompido

A água entra
O mar invade
O último sopro
Daquela saudade

Eu…
Eu já não sei
De onde tu és…
Quem és…
Porque és…
Mulher! Mulher! Mulheeeeer!

A falta de ar
O murro no estômago
O salgado do mar
Alivia o lodo

Preso ele olha
Para cima o céu
A lua a seu lado
Acolhe o chapéu

Eu…
Eu já não sei
De onde tu és…
Quem és…
Porque és…
Mulher! Mulher! Mulheeeeer!

É o seu legado
Aquilo que fez
Aos outros amado
Sobrou-lhe a vez
No início era mel
No meio paixão
A sua sorte é nula
É igual ao salmão

Eu…
Eu já sei
De onde tu és…
Quem és…
Porque és…
Mulher! Mulher! Mulheeeeer!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Diferentes

Um dia numa vida
Um rapaz conheceu uma menina
Acendeu-se um desejo, um sentimento
Fixou o olhar para não mais parar.
Via-a de tempos a tempos
A indiferença no olhar
Nem notava naquela criatura
Que por ali andava a pairar.

Ele é diferente
Tanto no ser como no falar
Afasta pela frente
Para depois cativar!

Quis ficar com ela até ao fim dos dias
Desde esse momento inicial
Naquela montra silenciosa
Referida na mente como “a tal”
A que mudaria o sentido de ser
E o elevaria à condição imortal.
Os momentos foram-se revelando
Os espaços sendo preenchidos
Os sinais foram aparecendo
E os pensamentos sendo lidos.

Ela é diferente
Tanto no ser como no falar
Afasta pela frente
Para depois cativar!

Chegaram os dias do fim
Momentos únicos partilhados
Os sabores ficaram no ar
Os saltos no escuro foram dados.
Astral aparte mas unidos
Caminharam lado a lado
Sorriam sem observar
O amor pedido era não dado.

Ela e ele são diferentes
Tanto no ser como no falar
Afastam pela frente
Para depois cativar porque…

Um é Anjo e Outro Arcanjo!

O arado

Há tantas almas
Desencontradas no seu encontro
Perdidas no espaço
Prenchido pelo outro.

Andamos todos à deriva
Até os que têm capitão
Precisamos de quem nos siga
E nos arranque o coração.

Damo-lo de bom grado
Pois rico e fértil é este terreno
Para um digno e bom arado
Que o preencha e torne pleno.

Onde andam as mãos que agarram o arado?

Dúvidas e Certezas

Tão depressa o sonho canta
Tão depressa desmorona
Tão depressa se encanta
Como se esvai e sente que morra!

Mal de escárnio
Mal dizer e malassorte
De tão longe apartes
Haja esperança na consorte!

Noites que são dias
Dias que se escondem na noite
Por vezes a alma esfria
A mesma que merece o açoite!

Açoite pelo sentir
Adolescente noutra fase
Nunca mais se deve ousar despir
Nem sucumbir ao êxtase!

Sente que o outro sentir
É a porta para o seu almejar
Vence aquilo que te não faz dormir
Não mostres o teu lacrimejar!

Quem não sabe o que quer
Depois quer e é tarde
Perder aquilo que depois fere
Aquilo que no fundo depois arde!

Está atenta
Não percas a oportunidade
Única e sublime
Um amor na cidade!

sábado, 9 de agosto de 2008

A sereia

A sereia voltou
Voltou a encantar com os seus cânticos
A música suave que embala
Os marinheiros até encalharem.

O nevoeiro adensa-se
A decisão está no ar
E na água por debaixo
Para quem sabe nadar.

A ilha está mesmo ali
Frutas e animais exóticos
Prometidos com um olhar
Por aquele olho óptico.

O batel desce à água
O capitão solitário rema a bom remar
Vence a corrente por sob as calmas águas
Está no caminho para se soltar.

Abandona o corpo exausto na praia
Saboreia aquela areia virgem
Uma nativa só a pisou
Coberta de uma alva penugem.

Acena de longe
Ordena a partida
Aqui fica a viver
A sua não é de ida

Ele está feliz!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Song to the lost angel lost...

Not long ago
An angel comes to my side
My eyes get a sudden light
I start laughing inside

Wings both tied up
No wonders or mysteries
Life is a prison
And the angel denies

I love like I never did before
Now in a way older
This time it’s so stronger
I hope my heart never get colder!

As it started
Closing moments attached
Slow spins turned
Stolen kisses from the sky

In a brief dark freedom time
In a cosy tight space
Angels became humans
And enjoy it to the finest life

I love like I never did before
Now in a way older
This time it’s so stronger
I hope my heart never get colder!

An open channel is open
From time to time congratulated
With words of both hope and deliverance
And also of apartness felted

The travel is to be made
The sign is to be reached
It’s time to decide
To run or to die

I love like I never did before
Now in a way older
This time it’s so stronger
I hope my heart never get colder!
Há não muito tempo
Um anjo veio até ao meu lado
Os meus olhos ganharam um brilho súbito
Senti uma alegria interior

As asas de ambos atadas
Sem mistérios ou imaginações
A vida é uma prisão
Que o anjo nega

Eu amo como nunca amei antes
Agora de uma maneira madura
Desta vez é tão forte
Espero que o meu coração não arrefeça!

Quando começou
Momentos próximos ligados
Voltas lentas rodadas
Beijos roubados ao céu

Num momento escuro do tempo
Num espaço acolhedor e apertado
Os anjos tornaram-se humanos
E viveram a vida no seu melhor

Eu amo como nunca amei antes
Agora de uma maneira madura
Desta vez é tão forte
Espero que o meu coração não arrefeça!

Um canal livre está aberto
Congratulado de tempos a tempos
Com palavras tanto de esperança e entrega
Mas também de sentido afastamento

A viagem é para ser feita
O sinal é para ser alcançado
É tempo de decidir
Se correr se morrer

Eu amo como nunca amei antes
Agora de uma maneira madura
Desta vez é tão forte
Espero que o meu coração não arrefeça!

Um adeus soprado?...

Um sopro… um adeus…
Uma voz soprada na noite
Através do texto longínquo
Um momento…

Não pareceu um adeus
Nem tão pouco até breve
Pareceu o que era
Um desejo…

Não o encarei
Senti-o presente
Na certeza do que tinha sido
Não o relevei…

A brisa levantada
Pelo soprar ameno
Abespinhou-se em tempestade
Que assola a costa…

As ondas escalam a rocha
Alto, cada vez mais alto
Em cada investida
Expondo o coração da rocha nua…

As andorinhas escarpadas
Sentem o espaço desaparecer
Inspiram inquietudes crescentes
Ponderam a sua fuga dela…

Ainda há esperança
Na vinda da bonança
No sopro quente
Que traga de volta a segurança…

Segurança que perde a força
Em cada nova onda pensante
Em cada mensagem de Deus
Enviada e não remetida…

O castelo está vazio
No cimo da escarpa observando
Condenando o horizonte
Pelo retorno do que o preenche…

Vive cada dia pelo seu dia
Rei forte rei
Assume o teu destino real
As batalhas perdem-se também…

E tu perdeste esta!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Quem sou eu?

Um símio
Banido e ostracizado
Incompreendido e anulado
Preso por um fio.

Quem somos nós
Na poeira cósmica do destino?
Quem somos nós
Se não temos apoio?
Quem somos nós, mesmo?

Quem sou eu?...

Canais

Mil mortes vivido
Mil Adagas trespassam a carne
Os sentidos todos eles ressoam
Pelos gritos que no ar ecoam
Pela certeza do eclípse.

O ocaso
Terá sido por acaso
Ou não deverei fazer azo
Ao "potencial" ragazzo
Em terras de Imperador?

Nunca se conhece alguém
Os segredos sublevados
Não se dão a ninguém
Mas as palavras leva-as
O vento a todo o lado
E um espírito do além avisado
Encontra-as nas esquinas da vida.

Os sinais
Os ténues sinais marcados
Num anjo vermelho indicados
Parecem não ser demais
Mas o olho da águia é avisado
Vê para além do horizonte alado
E o futuro é agora jamais!

Dragão flamejante

Não estou bem
Enfrento-me aqui e agora
por entre dragões flamejantes
em baforadas quentes
que procuram derrotar-me.

O mar está revolto
Discute com a praia
De cada vez que se espraia
Em cada onda
Levanta areia
Mas a praia serena
Encaixa os golpes
Impávida.

O mar recua
Espera, procura
Que a praia se renda
Vá atrás dele
Mas não vai
Porque a praia é o mar
Está com ele e por seu debaixo
Amparando-o sempre.

domingo, 3 de agosto de 2008

O Amor e o Tempo

O tempo pergunta ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo responde ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.

O Amor é feito de Tempo
O Tempo constrói o Amor
Fazemos coisas com o Tempo
Que nos trazem dor.
O Amor com o Tempo
Pode-se transformar
Nunca se extingue
Mas deixa-nos a duvidar
Porque será que cresce
Em vez de minguar?
Mas o Tempo traz novidades
O que era certo
Deixa-nos saudades
Mas quere-lo-emos sempre por perto?
O Tempo mostra os acontecimentos
As questões e as decisões
O Amor mostra os sentimentos
Arrasa com os corações.
Porque não volta o Tempo para trás
E se junta novamente ao Amor.

Wishes

I dived in your eyes today
That bluish colour just in witched me
I'm staring at you
Though you're not here
You hover above like a cloud
Driven by the winds created by my thoughts.

You came to me like a whisper
Moaned by the silent night
The sound of your unheard voice
Hammers my head like a tingle bell
Smooth and quieting.

I wish you were here
Like water to the thirsty
Making me wonder
How it would be.

Come and come
Don’t feel like you’re aside
I’m someone I’m not anyone
I can come like the tide
Embracing you in a gentle hug
Making you loose your anger.

Don’t fight but don’t let go
Be you and only you
And everybody will know
That you mind.

Allow the sun melt that cover of snow
Build around your warm heart as a sign
That you’re still alive.

Cry out loud to the one by your side
“Make me happy or other wise
You’ll be looking at an empty space
Dragged by your own hands
And in place of my heart will be a shallow hole.”.

Make a stand
Free your self from the chains
That keeps you sorrow
Make a move
Fly high with the eagles
Be them and let them be you
Like a dream come true.(read this through your eyes, your feelings and hopes, and you’ll find me…)

sábado, 2 de agosto de 2008

As ilegalidades e os lobos

Os lobos espreitam nas sombras
Aproveitam as fragilidades
Aqueles que só vêem montras
Escapam-se-lhes as verdades.

Aceitam um qualquer palavrete
Numa rolante informação
Dada pelo tiranete
Que comanda a nãção.

Os congressistas educativos
Falam falam mas enganam a população
Desde que os seus poleiros estejam cativos
Pouco lhes importa a educação.

Os pequenos do contrato
Míopes e sem futuro
Aceitam as migalhas do prato
Dobram os ideais daquilo que é puro.

Todos juntos, Galistas e Galitos
Condenam à morte o escolar
Na não renovação de muitos
Todos acabam à morte por se sentenciar.

Eu não calo a minha voz
Nem de as ilegalidades denunciar
Pois pior pecado cometo
se a minha voz calar.

Piedade dos que se calam
Por receio dos lobos
Mas eles não são mais que cordeiros
E nós não menos que bobos!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Tarde de Verão

Abandono-me lentamente
Ao calor da esplanada.
O céu ao longe
Miragem
O mar por baixo
Vassalagem
Perdem-se ambos.
Não há nada no ar
Nem nuvens nem aves
Nada, nem aragem.
O tempo parou
E eu estou dentro dele
Parado, inerte, à espera
Da palavra coragem
Por contraponto à cobarde
Proferida que eu ouvi
Certa porque a senti
Verdadeira!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Não sou Mendigo!

Não sou mendigo
Não visto roupas rotas e luvas cortadas nos dedos
Não preciso rastejar para ter aquilo que quero
E o que não consigo ter, que diabos;
Há-de haver mais por aí!

Quem não consegue assumir-se
Quem não consegue soltar-se
Quem não se descobre mesmo olhando-se
E ainda tem dúvidas, que diabos,
Não merece sequer viver!

Obrigado, anjos que me rodeiam,
Pois sei hoje o meu caminho
Iluminado a caldeiras de vapor
E seja com quem for, que diabos,
Se calhar é melhor sozinho!

Espero na minha poltrona
Esperar nunca é demais
Mas mesmo que o seja
E aparecer outro alguém, que diabos,
Quem perde é quem me deixou sozinho!

Viagem

Sento-me
O néctar é bom de cevada feito
Sinto-o flutuar descendo lentamente
Enquanto abandono a mente.

Esquecer hoje quero
De quantos são todos os amados em
Mim perdido no nevoeiro enquanto
Afloro o monte para descer.

Nesta bruma que paira
O caminho visível não é
Que lá está sei-o eu bem
Mas um passo em frente outro dou
Qual russa roleta apontada
Certa da câmara carregada
Por ti que amada sou.

As palavras são farpas
Madeira nova húmida pelo tempo
A soltura do momento é profana
Conduz à ufana vontade da cidade
Em amigos caiados de luz
Criaturas embelezadas
Por aquilo que não são.

Ou sou-o eu imaculado
Diabrete tanto tempo enganado
Por um semelhante alado
Neste mundo todos somos nado
Crescidos e enraizados
No desejo de ser, viver e existir.

A luz difusa
O fumo exalado
O néon vermelho entorpecedor
O riso do torpor
O não dizer não porque é bom
O bom que é mau
Se virmos a beleza do negro rodeado.

O silêncio do após
O suor do durante
A tristeza do momento
A dor do contentamento
Que se não evita
Eu, perdido longe
Olhando do firmamento
Regalado, espantado, sonhado.

Pautei-me pelo desequilíbrio
Orientando-me pela Estrela do Norte
Senti ter encontrado
A minha Polar Guia que hei-de ser guiado.

Um rebento, uma flor, um amor
Semente do futuro
Íman do presente
O sumo daquilo que dá cor.

O futuro a Deus pertence
E aos homens cabe escolher
Pertenças do passado
Para sempre procurado
Finalmente encontrado
Ou talvez não achado
Que é doce é
E não me vou sentir atormentado.

Uma escolha, uma visão
Uma certeza, uma elevação
Só é pena no estar longe
Que no entanto seria perto
Para viver a bela paixão
De apagar cedinho
E acordar de sopetão
Olhando o anjo dormindo
Aquele que precisa de compaixão.

Um diabrete será a melhor escolha?...
Para todo este quadro
Na música da guitarra indiana que sopra
Notas que inflamam o ar
Pudera, quisera, ser eu o tocador
Deste banjo enfeitiçado
Para que os sons alarmados
Fossem donos de um só senhor
No etéreo sonar cego amaldiçoado
De quem só sabe amar.

Amar como ninguém ama
Amar com dor
Amar com sabor
Amar que atiça a chama
E que torna indolor
Na aceitação do que se é
Porque amar é amor e
Amor é do que é adoro-te.

Perco-me no meu labirinto
Que crio no meu querer
O Minotauro persegue-me
Pelas ruas da cidade iluminada
Afastando-me mas agarrando-me
Em cada esquina confrontando-me
Comigo e com o meu saber
Daquilo que já sei
E que ele quer poder ler
Transmitido nos actos e não palavras
Não em omissões mas em repastos
De momentos solenes de partilha.

O momento vai chegando
O tempo é agora
O toque deve ser dado
Por quem detém a flama
Vermelha rúbea alaranjada
Que queima e deita por terra a espada
Protectora do arcanjo.

Quando?...
Onde?...
Por quanto tempo?...
Porquê prolongar o intento?...
Quisera eu ser o vento
E pudera eu estar
A teu lado em acento.

Estou?...

Homenagem

O CHINÊS

Os olhos tristes do chinês
Procuram no horizonte
A figura da sua amada
Pois a sua imagem
Baila na sua mente.
A sua testa enruga-se
E ele questiona-se do porquê
Da sua teimosia em não chegar
E no seu cérebro algo
Lhe tolha a razão
O seu cérebro se enevoa de dúvida
O coração arde e a lágrima brota.
Os lábios dela se curvam
Como se um último beijo ela lhe quisesse dar
E o que a principio era lágrima
Agora realmente é chorar.
Suas mãos se unem
Numa prece surda
Ajuda pedindo a quem passar
Mas no seu íntimo ele sabe
Que é inútil esperar
Por algo que não volta.
Os olhos tristes do chinês
Estão agora vazios
Já não estão a chorar
Mas talvez, quem sabe,
Ele torne a aprender
O que é amar.
Os olhos tristes do chinês
Procuram um novo amor.

O Interior

Aço
Puro aço
Flexível
Mole
Contorcionável
Amado
Duro
Confuso
Problemático
Estranho até
Sou eu eu sou
Oh! Desdita sina prisioneira
Porque me ditaste tamanho Norte
Num Sul beirado?
Sorte?
Malassorte?
Oh! Provença distinguida
Alba de nome
O monte assim o anuncia
Castro da viçosa entrada
Acaba sempre em non-sense.

I feel...

I feel you
You are right there
I want to know you
Don’t shut me out

Your awkwardness
Only sets me more on fire
We’re bonded together
In this universal chain of events

There’s someone there
Looking, waiting
Wishing and perhaps
Already tasted
But you are pure fire

I’m willing to lock you down
Right inside of me

You’re already there
And you know it
But events, moments passed
Past tense to the future
Might enclose the open door

Windows, glass view
And untouchable spaces
Imprison love in its all

Love, Oh! Love
Life, Oh! Life
Birds, little nightingales flying
Hovering slowly over the flower
Your flower
My honey
Our nest

Is it all only in my chest?

Beauty is a beast
Freedom is a conquest
As long as you’re free
You’re desirable

City of sin, body of light
Eyes laughing at every word
Humming feelings hidden
In touchable untouched hands.

Close your hands on my soul
Grasp my momentary lapses of reason
And asleep your senses to my
Unbecoming wishful desire

I wish I could only be free
Of what the world reserved for me!

Natural lover
Love naturally others
You in particularly

Earth of my seed
Seed of my love
Love of my earth

I’m becoming you
You reason my footsteps
You make my daily routine
An outstanding realization

Each time the wind goes by
Moving my hair
My sense of smell
Blinding me to the perfume of nature
Surrounding me in mute ecstasy

Your face binds with nature
Becoming so beautiful
So out of the ordinary
So without shape and form
Simply existing, being,
No ability to draw in thought

What a powerful thing
You are me
And I’m the universe

Are we gods?
Are we the ones who carries
The seed of change?

I really think so
So…

O que sou e quem me quer

Olho de cá de cima
E penso quem sou

Quero o mundo
E o mundo quere-me
Mas ao mesmo tempo
Negam a minha existência.

Anseiam por mim
Aquilo que represento
E quem sou
Mas depois
Hesitam
Soluçam
Tremem
Amedrontam-se
Querem mas não querem
Quererás tu?
Diz-me que sim
Que sou a semente de uma revolução
De ti em ti para ti
E para todos os outros

Aceita-me, bebe-me
Lança alto o balão
Deixa-o consumir-se
Eu assumirei a sua consumação
Livre
Forte
Amargo
Sem restrições
Desde que de ti
Por ti
E para ti.

O vento dos acontecimentos

Distantes...
Distanciamentos voluntários...
Tristezas contidas num recipiente aberto...
Palavras mudas não ditas...
Sons perdidos no vácuo...
O grito que não sai...

Oh! Dor que me não largas!...
Oh! Quente que não chegas!...
Oh! Chão que me afagas!...
Oh! Corte que o não é!...

Imóvel neste remoinho ameno
A árvore da razão aguenta firme
Aguentará também o frágil ramo
Que abana ao leme?!...

Women Demon

Women are two headed demons
Always sacrificing
And making life sacrifices
To their own private gods

Men, lost brute souls
Wonders the land
In mystic roams
Searching, lost
For what it seems
A lost cause
True, free and unchained love…

You and I can be
Unleashing free love to the world
Healing wounds
Yours, mine and from all around!

With a word (complete)

“With a Word, castles fall down in their mighty foundations.”

“Rather live a lie in peace than a truth at war.”

Authentic anonymous poet

Here, now and forever! …

Gathered information
Lost in translation

Moments of truth
Clarity of mind
In a troubled time
He got lost

Where is the traveller
To take him home?

Where is the road
That makes him come?

Where is the crossroad?
That forgiving tarmac,
Highway to the sky
Of our greyed soul?

We’re wondering in nights
Wishing never becoming days
So we never understand
What’s really going on…

Games played
Half lies, half truths
Said and done

Hidden closets
Waiting for the right moments

Wanting not to loose
So victory is a certainty

He’s in the middle
Of this half night

Lights hang upon heads

Eyes that don’t see
Will not want to see
But forced to see
You and perhaps me
In a triangle of lost hope

It had began
In a sudden and awkward
Timeless time

Reasons and facts mingled

What happened then?
Why didn’t he see?
Why didn’t he suspect?
Why did he take it all in
Not even doubting?

Everything as his reasons
Everything happens by destiny

Friends are near
Louring
Deceptive
Disguised as true holders
Of others despair

He wants you
Mighty queen
He feels you want him
Strong king

Don’t let go of him
Don’t let him go

Don’t cry then
Tears of sorrow
For what you could have done

The string is nearly
Fully stretched
Almost at the breakpoint


Chances are open
If heat is added
And then cold poured
So heart and mind
United and powdered
In baby tan skin
Arises comforted and peacefully numbed

He talked me
He mumbled words silently
Almost like crying
“Please… hold me… hug me…”

Hum!... Hum!...
Am I the arch-angel?!

Does he feel you are an angel?!

Are you an angel?

From what sky come you?
From up above
Or from down below?

He said
“I want her, no matter what!”
“Angel or devil,
Beauty is beauty no matter what!”

He’s right…
He’s dead right!

You must say the words
And please the soul tormented

Ease his sorrow
Say what you feel
Allow your self to live
If life is able
In your heart and soul

Get freedom and give freedom

You hold the keys
Use them
Give happiness
Where there is a burned field

Unchain the door of perception
Complete the half words said

Is it really what you think?
Or was it a lapse of lips
Said without the power
That those words closed in?

You must say the words
Say them now
Or shut forever
Loosing the keys
To the hydra’s gate guarded hall

This arch-angel is about to leave
This dragon don’t fight

Behind the true force of his wings
And the heat of his breath
He got dazzled
Confused and hesitated

Was he pushed back?
Or was he just tested in his convictions?

It's time
Time of full words

Say it now, loud and clear
Should he stay near?

“Girl you got to love your man
Take him by the hand
Make him understand
The world on you depends
Our life will never end
Got to love your man
Yeahhhh!”

The great poet said

It is your time now
Hold it, don’t deny it!
Don’t deny him
Or set him free!

Natureza viva

Cruzou o caminho
Um ser, uma entidade,
Uma borboleta livre,
Vigorosa e bela.

Algo em si acorda a vida
E uma brisa inicia o seu movimento
Fazendo voar as suas asas negras
Elevando-a graciosa
Escondida nas belezas que a rodeiam.

A suas antenas,
Ora tristes ora alegres,
Não deixam perceber o estado de espírito
Que a inunda quando voa baixinho.
Deixando as flores na expectativa
De serem as escolhidas
Para saciar a sua sede.

Será Chuva ou Sol o que prenuncia,
Será que sim será que não,
Irá beber ou fará jejum,
Até quando a decisão?

As flores balouçam suas pétalas,
Seus caules insinuam-se,
E no meio do floral,
Uma se esconde aparecendo,
Tímida, diferente e indecisa.

Será que a borboleta a verá,
E vendo-a, será que a perceberá?

As nuvens do horizonte parecem aproximar-se,
A seu lado percorre o vento Norte
Pronto a intervir e a deixar brilhar o sol,
Realçando as cores negras aveludadas da flor escondida,
Cores essas para serem vistas só por olhos especiais…

Diálogo

As palavras são paisagens...
e vi uma paisagem nas tuas...
e despertou...
e quando desperta, o sorriso nasce
e a calma transparece...
o sorriso acalma
ilumina
absorve
mescla
combina o incombinável
suaviza
distâncias...
voos astrais...
projecções...
entidades etéreas encontradas no limbo da realidade
juntas por momentos
imaginadas
uma brisa
tudo num momento único
bebido e sorvido
lentamente com sofreguidão
num frio que aquece pelo calor de uma noite de Inverno
parei para olhar para a tua cara...
deixar a luz da lua tocar a tua face esbatida semi transparente
que flutua suavemente
com o manto branco esvoaçando em ondas calmas
revelando a pureza e a calma
que transportas
estava a olhar outra vez...
sentes a elevação?
sentes a energia do ar?
sentes a leveza?
então acompanha-me... sobe... contempla as estrelas...
sente a vertigem ao olhar para baixo
abre os pulmões e deixa entrar o vácuo
não precisas respirar
aqui simplesmente és
existes
és plena
o manto cola-se a ti
sentes um arrepio
mas aqui não há frio
uma réstia da humanidade mental
fecha os olhos
acredita e estarás aqui totalmente
em baixo, o azul celeste atmosférico encanta
nós somos ali
nados e criados
possuidores de uma aura de energia enclausurada
à espera da soltura mistica
à espera do que somos
tu e eu
filhos do Universo únicos
o conjunto de tudo, a força do NÓS!

Love and perception

I’m in love with a girl from up north
I’m in love don’t tell me I’m wrong

She’s not in love with a boy from down south
She’s not in love because he’s full of mouth

She’s now in love with a boy from down south
She’s in love because she knows now he’s not full of mouth

I’m not in love with a girl from up north
I’m not in love because she’s not worth

They have met in a book store
Crossed their eyes in a mute wish for more

Spaces between them just don’t mind
They just wish it could be fine

For another day another time
For something good for something tight

I’m in love with a girl from up north
I’m in love don’t tell me I’m wrong

She’s not in love with a boy from down south
She’s not in love because he’s full of mouth

She’s now in love with a boy from down south
She’s in love because she knows now he’s not full of mouth

I’m not in love with a girl from up north
I’m not in love because she’s not worth

It come the sign that special bind
You and me in a moment of time

It elapsed so slowly
Winds change and we never grow older

Like kids we played around
Touching faces we made no sound

It was so beautiful all remained the same
It was so wonderful there was no shame

Today you look at this bitter face
I look at yours and I wish to embrace
Young sounds reviving minds
Times when we were pure and fine
Your picture still lies beside my brain bedside.

Oh!

Os portais que se abrem são os mesmos que se fecham a cada nova investida.
As dores que deveriam ser absorvidas enchem-nos de dor.
Os odores que exalamos atraem, mas repelimos quem chega.
Quem fala permanece calado nas vulgaridades do discurso.
O silêncio que se escuta é sinal da gritaria surda que nos envolve.
As opiniões que emitimos não se ouvem, perdendo-se no eco das escadarias.
A segurança que proporcionamos esvanece-se na certeza das convicções.
A força bate-se com a fraqueza que se lhe aparece a cada esforço.
A fraqueza fortalece-se na fraqueza de tal força desmedida.
A besta embala a bela que esmorece ante tal brutidão.
A brutidão torna-se cândida nas mãos de quem o é.
Os Homens dominam a besta que há em si para serem dominados por ela.
Haja franqueza onde se vislumbra o cinismo.
Haja cinismo na lide dos cínicos.
Hajam clínicos, hajam mímicos, hajam enfim outros que não satíricos.
Hajamos nós, hajam eles, ajamos nós.
Corramos todos parados em círculo para o centro.
Fujamos do centro para a periferia do mesmo que nos absorve.
Olhemos a luz que nos cega na escuridão da certeza.
Prometamos o Céu e entreguemos a Terra.
Entreguemos a Terra a quem quer o Céu.
Subamos a deuses pois eles são-no na Terra.
Fujamos para lutar, lutemos para fugir.
Para onde poderemos ir?...

Poema dedicado a um poeta

Sentei-me no teu colo
Olhei para o lado
Vi a tua sombra
Qual animal alado.

As asas abertas… nos braços fechados
A mente desperta… nos olhos cerrados.

Agora que estamos juntos Ai! Estamos separados
O que deverei fazer para nunca te perder
Ficarmos para sempre amados.

Ando à procura de um pouso p’ra descansar
Ando à procura de um ninho para amar
Ando à procura de um sítio além-mar
Ando à procura, enfim, de sonhar.

Encontrei-te sozinha sem falar
Abri a minha mente a esse novo despertar.

Voltei para dentro
P’ra segurança do lar
Vi-te no entanto aqui a caminhar.

Ando à procura de um pouso p’ra descansar
Ando à procura de um ninho para amar
Ando à procura de um sítio além-mar
Ando à procura, enfim, de sonhar.

Ando à procura de um pouso p’ra descansar
Ando à procura de um ninho para amar
Ando à procura de um sítio além-mar
Ando à procura, enfim, de sonhar.

Ando à procura de um pouso p’ra descansar
Ando à procura de um ninho para amar
Ando à procura de um sítio além-mar
Ando à procura, enfim, de sonhar.

Angel of the dark lifgt

Angel of the dark light
That in lights our dark path
With your diffuse glow
Show us all your might
So we can grow.

Fly above our heads
Cover us with your sorrow
Allowing the truth in our hearts
Emerge like an arrow.

It’s a painful truth
An ugly and undesired pain
The one that shows us all
How dark is our brain.

We fool our selves
With a masked fantasy
Human live like gods
But act like crazy.

We condemn everyone
When they fail on us
But we are the first
Who enter the same bus.

The ride is happy
The driver is fun
But it all end
When everybody come(s).

Are we nuts?

Are we nuts, Oh Lord?

Degrees
Masters of clowns
They all trick us
With their cloth of
Invisible deception.

Lambs of the Lord
Lord of lambs
We must revise our position
If want to stay alive.

Ascension to the catacombs
To places unseen
The things we’re not aware
Are the ones who going to kill
Our soul of lambs.

Lambs of the Lord
Lord of lambs
We must revise our position
If want to stay alive.

We gave away our freedom
We deliver the doomsday
To our own kind
They must come down
If want to stay alive.

Lambs of the Lord
Lord of lambs
We must revise our position
If want to survive.

Take down hard and fast
Assume the positions of strength
Make a block and not pass
Our rights to those who do not fight
If want to stay alive.

Lambs of the Lord
Lord of lambs
We must revise our position
If want to survive.

Dress the wolf’s vest
Don’t be the lamb forever
Other wise we’ll be gone soon
And not stay alive.
The Worshipers

As we drift through the jungle of wisdom
Life is a mingle of feelings
Connecting us all to mother earth
As we never suspect possible.

Settling our hearts is a kingdom
Unknown and hidden to men
A lost place where we are free
Mind and soul united and revised.

Digging with bare fingers
Beings crawl on their knees
No longer matter if are mater
Because sold souls don’t pay fees.

Settling our hearts is a kingdom
Unknown and hidden to men
A lost place where we are free
Mind and soul united and revised.

We go under
To the place of red eternal
Hoping to be found and dragged out
Of this quietness solitude burning
Our inner beats subsisting yet.

Settling our hearts is a kingdom
Unknown and hidden to men
A lost place where we are free
Mind and soul united and revised.

The vampires keep coming
Not to make us like them
But to suck the life out of us
Draining the flesh to the bones.

Settling our hearts is a kingdom
Unknown and hidden to men
A lost place where we are free
Mind and soul united and revised.

Um dia um anjo chegou ao pé de mim (falso messias)

Um dia um anjo chegou ao pé de mim. Era lindo. Tinha umas belas asas brancas, cabelo encaracolado de um loiro ofuscante, e uns olhos verdes brilhantes. Encimando sua bela cabeça, um halo reluzia resplandecente demonstrando claramente que de algo divino se tratava.

Sussurrou-me ao ouvido palavras de esperança, promessas do Céu na terra para mim e para todos quantos habitavam esta (T)terra.

Sorri… a boa nova era chegada… a salvação dos mortais, finalmente!

Mas enquanto se afastava, graciosamente no seu voo ascendente, após tais anúncios, algo se materializou, difuso, imperceptível, sombrio…

Que coisa abraçava aquele ser de luz que ainda agora trouxera tão boas notícias?

Olhei melhor… Não abraçava, emanava de dentro dele. Mas… mas… aquela figura tinha chifres! Mas…mas… aquela figura tinha uma cauda!

Gradualmente apercebi-me do que era… um ser feito anjo para nos enganar… Oh! Quantos terá já enganado esta criatura das trevas?!

Compreendi que as suas doces palavras, que me suavizaram a vontade anteriormente e agora desfeitas pela visão, poderão ter ficado gravadas nas pobres criaturas a quem visitara.

O portal está aberto. Estão todos predispostos a aceitar a vinda deste falso Messias, mesmo que as suas promessas explicitamente digam que vai criar a divisão, colocar irmão contra irmão e pai contra filho.

A vinda já começou! Ele ascende gradualmente! A Ganância, a Inveja, a Cobiça e a Gula já cá estão!

With a word

With a Word, castles fall down in their mighty foundations.”

Authentic anonymous poet

Here, now and forever! …

Gathered information
Lost in translation

Moments of truth
Clarity of mind
In a troubled time
He got lost

Where is the traveller
To take him home?

Where is the road
That makes him come?

Where is the crossroad?
That forgiving tarmac,
Highway to the sky
Of our greyed soul?

We’re wondering in nights
Wishing never becoming days
So we never understand
What’s really going on…

Games played
Half lies, half truths
Said and done

Hidden closets
Waiting for the right moments

Wanting not to loose
So victory is a certainty

He’s in the middle
Of this half night

Lights hang upon heads

Eyes that don’t see
Will not want to see
But forced to see.

Os adormecidos do sistema

Os homens e os ministros assinalados
Que do gabinete legislam
Dão cabo da vivacidade
E de tudo que nos ensinam.
As mágoas carpiam corações
Desistentes da luta moral
Já nem de Abril as canções
Fazem lembrar o mal.
Combatentes de Abril
Estranho Presente se parecem
Bebem a pouca água do cantil
Morrem à sede os que merecem.
Do povo, Pelo povo, para o povo
Parecia ser o mote
Mais parece um polvo
Que aperta como um garrote.
Ainda acredito na democracia?!...
A luta democrática chegou ao fim de facto
Já vão longe as disputas
Os governos vendem-se ao desbarato
Olhamos à volta e só vemos ***** (rima com disputas).
Compram-se deputados (limiano)
Para o país funcionar
Depois no seu lugar estão sentados
De olhos fechados a dormitar.
Para que precisamos da representação do povo
Se ela não mais é que a farsa
Mais vale um bom cozido
Do que toda esta salsa.
Quando temperaremos esta disputa?...

Um par mistico

John e Yoko Ono

Dois que são um
Nunca alguém os entendeu
Na sua mística união
E os que o procuraram
Decerto o caminho erraram.

A sua ligação
Foi fruto de uma união
Transcendental e inexplicável
Até para os mesmos
Nos olhos da lágrima secreta.

Dois iguais separados
Na raça e no tempo
Unidos na cor e no credo
De que o mundo pode mudar
E nada os fará parar
A não ser a morte.

As amizades, cores e laços actuais
Se tornam passados imemoriais
Na certeza de que finalmente somos nós
E que nenhum pensamento é atroz
Pois descobrimos o que queremos.

A sua vida no quarto
Secretos amores despertos
Substâncias cor-de-rosa exaladas
O odor do amor sacudido
E tempo pedido se torna perdido
Pois o sol que aquece a pele arrefecida
Não está no alto
Está raso, bem raso, junto ao solo

É o calor da Terra Mãe.
Minha e tua, nossa, de todos
Sempre pronta a embalar
Com as suas cores e fragrâncias esbeltas
Em formas curvas tão rectilíneas
Que conduzem direito por estradas tortas
Ao desígnio da vida
O encontrar do verdadeiro amor.

Mas a Terra Mãe não é óbvia
Obriga e desobriga-se
A porta de entrada é visível
Porém podes tu vê-la?
Consegues senti-la na escuridão da luz?