quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Passadas cavalgadas

Cavaleiro das doces cavalgadas
Em leitos suaves de curvas uniformes talhados
Percorres de encontro ao sol poente
As areias finas dos seus cabelos raiados
Em luzes claras reflectidas de saudade que aperta
O coração do destemido que um dia ousou…

Ousadia pagada caro
Pelo destino coração cravado de espinhos
Daquela rosa cheirosa de caule traiçoeiro
Que um dia nasceu selvagem de um nascimento prematuro
Onde a terra impura se tornou pura à sua visão
Ao orvalho da manhã resplandecente
Que arrepiava os grilos e as cigarras
A cada toque de sua fria e gélida geada derretida.

O gafanhoto saltava despreocupado
Searas para colheita em todo o lado
Tanta escolha, tanto sal
Tanto mel, tanto mal
Mas mesmo assim saltava de olhos fechados
Porque o mundo era seu para a tomada
Para a conquista do conquistador improvável.

O rei na torre do seu castelo observava
Das ameias envelhecidas e enegrecidas
Aquela paisagem outrora bela
Agora desfeita pela idade e pela solidão
Dos montes que choram o sol que se põe
Nesta tarde de Verão que embora Inverno
Jamais passará do calor estival
Porque o sentido do sentido
Daquele alvo e cando momento
Perene na imaginação do tido
Será para sempre a porta da sua prisão.

O rei está fechado no seu castelo
Jamais de lá sairá
Porque a Natureza já não é sua…