terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A barca no espelho do lago

Há momentos inesquecíveis
Momentos de ternura inolvidáveis
Crescidos do nada envolvidos
Esperando que nos amparem.
Andamos em círculos
Nas ondas do lago provocadas
Pelos que nos acordam para a vida
Sentimos que não chegamos à margem.
O nevoeiro encobre a terra
Vemos os braços que esbracejam
Não vislumbramos a figura
Enganosamente dissimulada.
Esperamos que seja
Sonhamos alto essa verdade
Escamuteamos quem nos deseja
Porque desejamos e somos desejados.
Sê-lo-emos de facto
Ou a margem é uma miragem
Um truque da mente
Na esperança da viagem?
Olhamos mais uma vez
Vemos quem cuida do cais
Um porto seguro de facto
Mas ainda não que tais.
Lança-se a corda ao barqueiro
Amarra-se ao ancoradouro
O barco balouça inseguro
Mas o passadiço é duro.
Um passo a seguir ao outro
Um momento que é ainda louco
No equilíbrio do porto a aventura começa...
Começa a pouco e pouco.