terça-feira, 29 de julho de 2008

Natureza viva

Cruzou o caminho
Um ser, uma entidade,
Uma borboleta livre,
Vigorosa e bela.

Algo em si acorda a vida
E uma brisa inicia o seu movimento
Fazendo voar as suas asas negras
Elevando-a graciosa
Escondida nas belezas que a rodeiam.

A suas antenas,
Ora tristes ora alegres,
Não deixam perceber o estado de espírito
Que a inunda quando voa baixinho.
Deixando as flores na expectativa
De serem as escolhidas
Para saciar a sua sede.

Será Chuva ou Sol o que prenuncia,
Será que sim será que não,
Irá beber ou fará jejum,
Até quando a decisão?

As flores balouçam suas pétalas,
Seus caules insinuam-se,
E no meio do floral,
Uma se esconde aparecendo,
Tímida, diferente e indecisa.

Será que a borboleta a verá,
E vendo-a, será que a perceberá?

As nuvens do horizonte parecem aproximar-se,
A seu lado percorre o vento Norte
Pronto a intervir e a deixar brilhar o sol,
Realçando as cores negras aveludadas da flor escondida,
Cores essas para serem vistas só por olhos especiais…

1 comentário:

Anónimo disse...

"A natureza dá a cada época e estação algumas belezas peculiares; e da manhã até a noite, como do berço ao túmulo, nada mais é que um sucessão de mudanças tão gentis e suaves que quase não conseguimos perceber os seus progressos." (Charles Dickens)