Há momentos inesquecíveis
Momentos de ternura inolvidáveis
Crescidos do nada envolvidos
Esperando que nos amparem.
Andamos em círculos
Nas ondas do lago provocadas
Pelos que nos acordam para a vida
Sentimos que não chegamos à margem.
O nevoeiro encobre a terra
Vemos os braços que esbracejam
Não vislumbramos a figura
Enganosamente dissimulada.
Esperamos que seja
Sonhamos alto essa verdade
Escamuteamos quem nos deseja
Porque desejamos e somos desejados.
Sê-lo-emos de facto
Ou a margem é uma miragem
Um truque da mente
Na esperança da viagem?
Olhamos mais uma vez
Vemos quem cuida do cais
Um porto seguro de facto
Mas ainda não que tais.
Lança-se a corda ao barqueiro
Amarra-se ao ancoradouro
O barco balouça inseguro
Mas o passadiço é duro.
Um passo a seguir ao outro
Um momento que é ainda louco
No equilíbrio do porto a aventura começa...
Começa a pouco e pouco.